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21 de março de 2013

e o que a preguiça faz...

Hoje eu acordei meio assim, dominado pela preguiça de um sábado mórbido, cansado pelo tédio de um domingo. E, assim, desse jeito estranho de se sentir, eu tiro forças para continuar pelo menos até o fim do dia.

Hoje estou impedindo que os olhos se fechem, que os músculos relaxem, que os ouvidos percam a capacidade de discernir. Deixando que a pele se habitue ao ardor do silêncio, provocante e instigador. Sem ser acolhido em braços macios, sem se perder em sonhos ou pensamentos.

Poderia me permitir o prazer da água gelada deslizando e arrepiando o corpo. Permitir que o vento bagunce os cabelos. Permitir que a língua explore o sabor, me satisfazendo com o amargo ou mesmo o azedo. Permitir à mente um estado de inatividade, deixar-se desligar. Permitir o ardor da garganta. Ousar desejar, excitar, querer, instigar a carne que é fraca e se deixa levar pelo mais leve toque.

Poderia fazer tudo isso, mas a preguiça perdida de uma quarta-feira me persegue, junto da melancolia de uma manhã de segunda. E assim, sem forças para realizar ou me permitir, começo mais uma manhã de quinta-feira, jogado no canto, com a companhia de uma boa música ou um bom livro. Ou talvez ambos, com uma boa dose de frio para me encolher e me enrolar. Ou apenas com umas folhas jogadas pela mesa, cheia de rabiscos quaisquer.

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