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5 de fevereiro de 2013

looping eterno

Eu sou um tanto inconstante.
Se num dia eu estou bem, ao limite do normal,
no outro faço questão de me afundar.
Faço questão de rever decisões e pensamentos, me culpando e me fazendo sofrer por eles.
E, mesmo sabendo que isso não me faz de todo bem, eu gosto que aconteça.
É a minha válvula de escape.
Minhas lágrimas certas, meu sofrimento garantido, meus momentos sozinho à noite, minhas músicas melosas.
E, como um viciado, eu gosto do sentimento que essa "auto-mutilação mental" me causa.
A vida em um eterno looping, oscilando entre altos e baixos.
Um looping no escuro, sem saber como vai ser amanhã, só com o receio.
Receio de estar tão feliz a ponto de incomodar outros ou de estar tão triste a ponto de me incomodar.
E, quando em raros momentos, eu me vejo sólido e constante, conseguindo controlar as voltas e voltas diárias, o reflexo no espelho me diz que eu estou errado. É apenas uma ilusão, uma forma de me enganar.
Na verdade, é assim que deve ser. Uma vida em estilo montanha russa.
Emocionante, com pontos altos e baixos. Acho que já me acostumei com isso.
Mas, em dias como esse, onde se está no ponto mais baixo possível, eu sinto falta de alguém que me diga que vai ficar tudo bem, mesmo que seja só uma ilusão.

amedrontado pela precipitação

Por que um "eu te amo" é tão forte?
Por que você sente medo e receio de ouvi-lo? E mais ainda, de dizê-lo?

É estranho, mas, ao mesmo tempo em que lhe assusta, lhe agrada ouvi-lo.
Talvez, bem, talvez ele seja verdadeiro.
Talvez ele tenha mesmo esse significado.
Mas é constrangedor quando você ouve um "eu te amo" e não sabe o que responder.
Daí por pressão, você acaba dizendo o mesmo.
Mas será que eles têm o mesmo significado?
Será que ambos falam da mesma coisa?
Será que, assim como você, a outra pessoa também está pensando sobre esse "eu te amo"?
Sobre um amor que talvez tenha vindo precipitado.
Sobre um monstro assustador chamado coração e suas emoções.
Sabe, eu tive medo de ouvir o "eu te amo" diversas vezes.
Mas acho que dessa vez ele não me amedrontou.
Dessa vez eu achei graça nele. Achei-o fofo.
Estranho? Sim, muito.
Mas, afinal, o que não é estranho quando se trata de amor?

1 de fevereiro de 2013

primeiro beijo

Um relacionamento é todo definido pelo primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai ser tão desejado como o primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai ser tão nojento como o primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai ser tão esperado como o primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai ser tão atrapalhado como o primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai ser tão entregue como o primeiro beijo.
Nenhum outro beijo vai te deixar tão pensativo como o primeiro beijo.
Te deixará pensativo sobre como foi, como vai ser e como é.
Te deixará pensativo sobre a forma como foi: lingua de mais ou de menos, bom ou ruim...
Te deixará apreensivo sobre o significado.
Mudará o seu humor, mesmo se bom ou ruim.
Mas, acima de tudo, vai mexer com você.
E quando isso acontecer, te peço que não pense.
Esqueça!
Beijo é sensação, é carnal, é além da nossa vã compreensão.
Então não pense, sinta!
Não crie expectativa, deixe acontecer!
Não tente entender, faça!
Só assim os outros beijos serão exatamente como o primeiro beijo