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20 de setembro de 2013

me olhe

Desafie-me, enfrente-me, encare-me.
Nada de falsa modéstia, de timidez desnecessária.
Olhe-me, deseje-me, encare-me.
Quero olho no olho.
Azul, verde, marrom, preto, amarelo.
Aceito todos.
Recolho todos.

Olhares puritanos, questionadores, tentadores, severos...

até mesmo os marejados.
Recolho todos.
Aceito todos.

O poder do mistério, do brilho e da descoberta me encantam.

Quero olhar,
meu negócio é olhar...

Encare-me e te encaro de volta;

desafie-me e responderei com gosto [o desafio];
olhe-me e eu manterei o olhar.
Sem desvios, 
sem cautela, 
sem vergonha.

Coma-me com os olhos,

e talvez eu faça o mesmo.
Dispa-me, pois com certeza, eu o farei contigo.

Vigie meus olhares,

acompanhe meus olhos.
Descobrirá mais através deles do que qualquer boca jamais te dirá.

10 de setembro de 2013

azarado...

O que fazer quando você aposta todas as suas fichas em uma só pessoa?
E ela decide, de repente, dar pra trás e te decepcionar.
O que fazer quando suas apostas são altas. 
Tão altas quanto suas expectativas.
E, de inicio, parece que tudo vai dar certo.
E o medo toma conta e a primeira decepção vem de você mesmo.
Um auto-inimigo, um auto-destruidor, um você mesmo. 
Como sempre foi.
E quando já está preparado para guardar as fichas e quem sabe apostá-las no futuro,
tudo muda. Tudo ganha uma nova vida.
A aposta ainda é válida, ainda alta.
Mas aí a decepção vem da outra pessoa...
não suportando o compromisso de agir, se retrai.
Se esconde por desculpas, decepciona para depois se desculpar.
E como se não bastasse tudo isso, decide fingir que nada aconteceu.
Ora, por que não continuar como estava?
Apostas que pediam atitudes maduras depositadas na mão de uma criança.
E como toda criança faz, você brincou.
Brincou.
E agora tudo está ok.
As fichas estão guardadas.
A decepção gravada.
As apostas encerradas.
E quem saiu perdendo fui eu.
Acho que posso ser chamado de azarado....

1 de setembro de 2013

ah, as pessoas...

Algumas pessoas são seres um tanto incompreensíveis, difíceis de se lidar e, na maioria das vezes, esse tipo de pessoa não reconhece que é assim. Então lá vai você fazer todo o esforço do mundo para tentar entender pela enésima vez a mente da pessoa. E você tenta. E todos são prova de como você tenta.

Mas, também na maioria das vezes, quando você consegue entendê-la, a pessoa muda de opinião, troca de personalidade, torna tudo tão confuso outra vez. Outras ideias. Outras opiniões. Outros discursos. E lá vai você tentar entendê-la mais uma vez. 


E tudo se torna um ciclo vicioso. Entender, mudar, entender, mudar, entender, mudar. Até que cansa, perde a graça... e você desanima. Tenta ignorar, não se meter, não procurar. E é taxado. Dizem que agora foi você que mudou, mas nunca notam a mudança constante da pessoa. 


E então a pessoa arruma um jeito de chamar sua atenção. Você volta a se preocupar, a procurar saber, a querer saber. E a resposta é vazio. Nada de noites de conversa, nada de pedidos de conselho, nada de brincadeiras à parte, nada de nada.


E então a culpa é sua. Quem mandou não tentar entender sempre... 


E tudo muda. Como previsto, a pessoa diz que a culpa é sua. Você não quis ouvir; não quis ver; não quis saber; não quis opinar. Tudo bem, não vamos discutir. E então você volta a saber... pelo menos uma parte do que se tem para saber. Mas não opina, ajuda. Não vê, sente.


E de repente tudo muda. A pessoa, que nunca quis falar, pergunta porque você não quer ouvir. A pessoa, que não leva em consideração o que você faz, quer te massacrar que talvez ela estivesse certa desde o inicio. E tudo é nada. Nada de saber; nada de ouvir; nada de ver; só sentir.


E, por enquanto, acho que ficará assim. Mas não por eu não querer ouvir. É apenas algo chamado tempo... não cobro, espero que chegue; não pergunto, venha falar se quiser. E isso não é "não querer", é apenas o privilégio de não procurar entender.