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25 de março de 2013

apenas um menino...

quando as pessoas não me conhecem muito bem, alguns se afastam e outros se aproximam. A maioria dos que se afastam, é por achar que eu pareço muito metido ou por ser muito escandaloso (eu falo muito alto e rápido e sem parar). A maioria dos que se aproximam é por não terem escolha, por terem "ido com a minha cara" ou por eu ter gostado da pessoa a ponto de me aproximar dela.

Depois de me conhecerem melhor e passado o momento de "contenha-se, afinal eles não te conhecem", meu cérebro passa a exercer a função da intimidade. Me conhecem o suficiente, me aturam o suficiente? Então eu já posso me soltar. E daí que um verdadeiro personagem entra em ação. Um garoto falastrão, brincalhão, com as ideias mais absurdas, que fala as coisas mais inapropriadas nos piores momentos. O menino que solta - "ou seja, uma suruba gay" - enquanto o professor de história explica como eram as relações dos guerreiros da Roma e Grécia antigas, que amavam a outros homens, até mais de um... de fato um garoto que pode ser um bom passatempo, que faz de tudo para que os outros sorriam.

Mas, hoje eu já não sei bem se esse garoto sou eu por completo. Grande parte desse garoto se foi. Ele já não mais ri sozinho como antigamente. Não fala sozinho e se encara no espelho, rindo da situação estranha. Não brinca o tempo todo. Esse garoto se perdeu em algum momento do caminho até aqui. Hoje, ele - ou melhor, eu - é o garoto que se sente inseguro em diversos momentos. O menino que se dá o direito de não ser mais tão engraçado, de ficar quieto, de ser imaturo (não no sentido brincalhão, mas sim no de não entender algumas coisas). O menino que se acanha na presença de uma ou outra pessoa. O dramalhão que escreve e se compromete àquilo de uma forma que não se comprometia antigamente. Um menino que passa o dia no quarto, trancado, admirando a lua, ouvindo música e porque não, chorando...

Um menino cuja a boca seca quando não sabe o que falar. Um menino que não sabe lidar com elogios, mas que ama receber críticas. Um menino que se atuo-deprecia com palavras vindas de textos e de pensamentos. Um menino que prefere guardar seus pensamentos para si mesmo, com medo de assustar à outros com eles. Um menino...

Sim, porque nada mais o descreveria além de "menino". Tão medroso quanto corajoso. Tudo sendo misturado e diversificado, de acordo com o momento, com a pessoa, com o humor. "à la carte", diria o garçom. Nada disso o faz um homem. Talvez seja normal essa mudança, essa confusão, esses sentimentos controversos sobre si mesmo... e talvez ele seja sim um homem. Um homem que ri, mas que também chora. Um homem que xinga, mas que também sabe falar palavras bonitas. Um homem que lê, que escuta e que aprende. Mas, por enquanto, tudo o que ele é, é um menino.

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