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20 de dezembro de 2013

livra-te de teus demônios, sejam eles quais for

Mais uma vez você a machucou
e, como num acordo imprevisto, o dia acordou monocromático.
Ela ainda tenta, corre pra você, chora, desmorona.
Você permanece impossível.
E o céu cada vez mais cinza...
até o momento em que ela grita.
Livra-se dos demônios em sua cabeça, separa-se da sua fúria, extermina sua dependência.
Agora ela é sol: forte e com luz própria.
A garganta arde, mas o grito é aconchegante, libertador.
Ela grita mais.
Você corre... pra longe.
O grito ecoa mais forte e as lágrimas brotam com o esforço.
Você fugiu.
O sol voltou.
Os demônios enclausurados.
Ela?
Liberta.

18 de dezembro de 2013

dias nublados, com uma nuvem própria

Hoje poderia ser um dia bom.
Hoje eu teria o sol brilhando, numa versão mais fantasiosa e utópica da realidade.
Mas o dia começa errado.
Não tinha sol.
As nuvens tomaram conta...
ao mesmo tempo em que voltavam à minha cabeça e me deixava atordoado.
Hoje eu sei como vou me sentir.
Sei que vou passar por um mix de tudo que passei no último mês.
E parece que até mesmo meu celular conspira contra mim, 
me jogando para baixo com a melhor sequência de fossa automática.
Daí, assim, em meio à músicas de palavras doces, suspiros leves e pensamentos pesados, me vejo pensando em você.
Justo hoje, quando eu esperava um raio de sol pequeno que fosse para me aquecer.
E enquanto eu passo por tudo isso, mais uma vez, você está sabe lá onde,
pensando talvez em mim
e conseguindo viver tranquilamente nesse dia nublado.
Mas eu continuo, imerso nas minhas músicas, lembrando do sorriso forçado depois de você desabafar.
"Por que não podemos ficar com duas pessoas ao mesmo tempo?"
E eu sorri.
Pra esconder tudo mais que eu senti com isso.
Um sorriso.
Agora o sol já aparece,
mas há uma sombra minha cabeça.
E então percebo que ganhei uma nuvem própria.
Uma nuvem que me confunde e me entorpece.
Você.