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13 de agosto de 2011

Adele e o dom de fazer homens criados chorar...

ctrl+c e ctrl+v do Pensar Enlouquece . É meio grande o texto, mas vale a pena.


Eu sei, é feio admitir que há momentos em que desejo que alguns dos meus artistas prediletos levem uma rasteira amorosa, daquelas que deixam nossa alma cheia de hematomas. Mas o que eu, um mero mortal repleto de falhas e de imperfeições, posso fazer, se sei que algumas das canções que tocam incessantemente em meu jukebox mental foram registradas em álbuns de músicos que as compuseram naquela fase clássica da vida em que o amor carcome a sua sanidade enquanto estilhaça seus sonhos?

Sim, por vezes penso como um fã imperdoavelmente egoísta. Mas, em minha defesa, posso argumentar que pés na bunda e ressacas amorosas calejam o espírito e causam feridas que um dia cicatrizam. Porém, álbuns como 21 (desde já, o melhor álbum do ano) permanecem, como catarses musicais e testemunhos irretocáveis de que há mais gente feito a gente, que amou, sofreu e comeu o pão chocho que o diabo amassou: seco, esturricado, repleto de carboidratos e sem direito a manteiga.

Ao falar sobre o processo de composição de 21, seu segundo álbum, Adele Adkins, esta mesmerizante cantora londrina de voz sinestesicamente iluminada, afirmou, com o peculiar humor dos ingleses: "Sou o oposto daqueles comediantes que são divertidos no palco e depressivos sob portas fechadas. Numa gravação posso até parecer triste, mas na vida real estou bem satisfeita. Só que, quando eu estou feliz, eu não escrevo músicas. Fico lá fora, rindo, vivendo um amor. Eu não teria tempo pra compor. Se eu estivesse casada, chegaria uma hora em que diria: 'Querido, eu preciso me divorciar, já se passaram três anos, eu tenho um disco pra escrever!'". (...)

(...) Adele amalgama influências de soul, blues, pop e country, com o auxílio luxuoso de produtores do naipe de Rick Rubin e Paul Epworth. O resultado? Canções que deleitam meus ouvidos e ouço em loop há semanas, como "Set Fire to the Rain", "Don't You Remember" e "Turning Tables". Mas a música que devastou minhas defesas e fez com que eu constatasse que Adele é uma mulher para casar, passear de mãos dadas, apresentá-la para os amigos e fazê-los salivarem de inveja é "Someone Like You".

James Corden, que anunciou a apresentação de Adele na cerimônia dos Brit Awards, escolheu as palavras perfeitas para falar da cantora que há 3 semanas seguidas lidera o hit parade britânico, e lançará na semana que vem 21 nos Estados Unidos: "Não há nada como a sensação de quando você está ouvindo uma música, escrita por alguém que você não conhece e que você nunca conheceu, mas que de alguma maneira foi capaz de descrever exatamente como você se sentiu em um particular momento de sua vida. Se você alguma vez teve o coração partido, você irá lembrar disso agora."
Torço para que "Someone Like You" receba todo o sucesso que merece ter. Aliás, todas as faixas de 21, que espelham o talento de uma cantora que surgiu para marcar época, com sua voz e o seu jeito natural de ser.

Enfim, depois de ter lido isso enquanto ouvia e chorava com Adele, concordo em gênero, número e grau. Adele, sem dúvida, veio para marcar época. Quem ouve e conhece, sabe que sim. Quem nuna ouviu, peço que não tenha preconceito e permita aos seus ouvidos, sentir a efervescência da doce e potente voz de Adele.

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